O patrimônio histórico, artístico, paisagístico e arquitetônico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, mais uma vez ficou na fila de espera dos gestores deste rincão. Desta vez, na direção do notável empresário e Prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), no qual vale ressaltar o ramo de negócio do elitizado palaciano é educacional de nível superior. Ao longo das últimas quatro décadas, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré de fato não recebeu os devidos cuidados impostos por Tombamento e decretos legislativos em âmbito federal por aqueles que dizem nos governar. Durante o regime militar, os intelectuais e servidores da Estrada de Ferro foram perseguidos, embora, jamais tenham sofrido quaisquer sansões penais.

No entanto, em pleno Estado Democrático de Direito, os críticos de organizações não governamentais a favor do resgate histórico da E.F.M.M, foram condenados a prisão, após ácidas acusações a membros do Ministério Público Federal do Estado de Rondônia, por assim, segundo os intelectuais e tradicionais de Porto Velho entenderem, que os membros do MPF/RO não estavam defendendo os interesses do povo, as veemências do público que tanto requer o resgate do surgimento de todo este rincão, com a reativação da E.F.M.M.

Em segunda instância, os membros da Associação dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (AMMA) foram absolvidos e agora retornam das cinzas para apontar o dedo naqueles que se alto intitulam como os PAPAS da moralidade. E desta vez, é o Prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, que é ex-promotor de justiça e empresário bem sucedido,que será o parceiro dessas organizações não governamentais no resgate da história da Capital .

O presidente da AMMA, Luiz Leite de Oliveira, fez ríspidas colocações referente às prioridades de Hildon Chaves, na tarde da última segunda-feira (21), em sessão solene na Assembleia Legislativa, em homenagem aos ex-ferroviários da E.F.M.M. Luiz Leite falou da importância da identidade do povo de Porto Velho. De acordo com o arquiteto, projetos que visam implantar restaurantes e playground para fomentar o turismo significam empobrecer e apequenar o patrimônio histórico, artístico, paisagístico e arquitetônico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que tanto contribuiu no renascimento das sociedades de Rondônia.

O arquiteto fez lembrar os participantes da sessão solene, que foram 52 nacionalidades que morreram ao longo da Estrada de Ferro. Sobretudo, existe uma aura ou uma energia em respeito a essas vítimas de um projeto audacioso à época em meio à selva amazônica, no qual fez surgir Porto Velho e assim o Estado de Rondônia. É o marco e o berço da civilização desta região do Brasil. Portanto por esse e outros motivos, esse acervo histórico deve ser o símbolo mais respeitado por todas as gerações daqui e de fora do país.

Por fim, o representante da AMMA disse que é contra qualquer tipo de maquiagem no complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, pois a revitalização dos 8 quilômetros de trilho, que abrange da Estação Central até a Igreja de Santo Antônio deve ser prioridade na gestão do tucano, pois a Portaria 231 do IPHAN, garante a preservação histórica de todo esse perímetro. Mas diante de tanto escalabro, a prioridade de Hildon Chaves no comando da prefeitura, é realizar parceria com o SEBRAE e empresários do ramo náutico com a intenção de incentivar a pesca esportiva e subseqüentemente aquecer o sistema econômico do turismo da Capital.

Vale ressaltar que tempos passados, a Operação Feudo do Ministério Público do Estado de Rondônia constatou a ligação direta de empresários, que tinham prioridades com os recursos do erário administrados pelo SEBRAE. Fica aqui a dica da organização não governamental, que prioriza o resgate histórico da E.F.M.M com apoio dos paladinos da justiça.

mapping.com.br – Maique Pinto